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sexta-feira, 9 de agosto de 2013

JMJ Cracóvia lança site em seis idiomas

A Arquidiocese de Cracóvia lançou o site oficial para a próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que será realizada em 2016, em Cracóvia, na Polônia. O endereço é www.krakow2016.com.

O site, que oferece informações sobre a cidade e a vida de João Paulo II, está disponível em seis idiomas: polonês, inglês, espanhol, francês, italiano e alemão. A expectativa é de que em breve também exista a versão em português, segundo mensagem no facebook oficial da JMJ Krakov2016.

"Caros usuários da língua portuguesa; nós somos satisfeitos que existem tantos entre nós, infelizmente, não sei a sua língua. Nós estamos olhando para alguém que pode falar em Português, para que podemos contatá-los. Também estamos trabalhando em nosso site ficando na versão em Português. Por favor, seja paciente e saúdo calorosamente todos! Estamos satisfeitos que dentro de três anos todos estamos em Cracóvia!", diz a mensagem.

Há ainda dados históricos sobre a arquidiocese de Cracóvia, além de informações sobre dois santuários da cidade: um dedicado ao beato João Paulo II e o outro à Divina Misericórdia em Lagiewniki.


FONTE: (http://www.rio2013.com/)

"Parece o Rio de Janeiro!", brinca Papa ao ver jovens durante o Ângelus

04/08/2013
"As Jornadas Mundiais da Juventude não são 'fogos de artifício' ". Com essas palavras, o Papa Francisco – na alocução que precedeu a oração do Angelus deste domingo, 4, ao meio-dia, na Praça São Pedro, após seu retorno, domingo passado, do Rio de Janeiro – quis ressaltar o sentido de um caminho dos jovens, que prossegue no tempo, pelos continentes, com a Cruz de Cristo, para vencer "a vaidade do cotidiano".

Um "grande dom" para o Brasil, para a América Latina e para o mundo inteiro. O Santo Padre pediu a todos que agradecessem ao Senhor pela JMJ celebrada no Rio de Janeiro. "Jamais devemos nos esquecer que as Jornadas Mundiais da Juventude não são 'fogos de artifício', momentos de entusiasmo fim em si mesmo."

São etapas de um longo caminho iniciado em 1985 por João Paulo II e continuado com Bento XVI. E "também eu pude viver esta maravilhosa etapa no Brasil", acrescentou o Pontífice, chamando a atenção para uma questão muito importante:

"Recordemos sempre: os jovens não seguem o Papa, seguem Jesus Cristo, carregando a sua Cruz."

O Papa guia e acompanha os jovens neste caminho de fé e de esperança. Em seguida, Francisco expressou um caloroso agradecimento aos jovens que participaram da JMJ Rio2013, "inclusive a custa de sacrifícios", e a todo o povo brasileiro, "generoso", "de grande coração":

"O Senhor recompense todos aqueles que trabalharam por esta grande festa da fé. Quero ressaltar o meu agradecimento: muito obrigado! Muito obrigado aos brasileiros! Brava gente do Brasil, um povo de grande coração. Não esqueço seu caloroso acolhimento, suas saudações, seus olhares, tanta alegria, um povo generoso. Peço ao Senhor que o abençoe muito!"

Intenção de Oração

Em seguida, o Santo Padre expressou uma intenção de oração a fim de que os jovens que se encontraram no Rio de Janeiro possam traduzir esta experiência "nos comportamentos de todos os dias", "em escolhas importantes na vida", respondendo ao chamado pessoal do Senhor", rejeitando "o absurdo de basear a própria felicidade no ter", como nos traz o Evangelho dominical.

"Os jovens são particularmente sensíveis ao vazio de significado e de valores que muitas vezes o circunda. E, infelizmente, pagam a consequência por isso."

Pelo contrário, o encontro com Jesus vivo, em sua grande família que é a Igreja, enche o coração de alegria, de bem profundo, "que não passa nem se deteriora":

"Vimos isso nos rostos dos jovens no Rio de Janeiro. Mas essa experiência deve enfrentar a vaidade cotidiana, o veneno do vazio que se insinua em nossas sociedades baseadas no lucro e no ter, que iludem os jovens com o consumismo."

Após a oração mariana, teve lugar a saudação aos vários grupos de fiéis e peregrinos presentes na Praça São Pedro, milhares, apesar do calor tórrido deste verão europeu. O Papa agradeceu a todos, dizendo ver tantos jovens na Praça, que parecia ser o Rio de Janeiro – observou em tom descontraído.

FONTE: (http://www.rio2013.com/)

Carta da Equipe Nacional

Rio de Janeiro, 31 de julho de 2013
Queridos irmãos. 
Cristo Ressuscitou Verdadeiramente! 
Bendigamos o Senhor de todo coração por termos permitido viver esta grande JMJ.
Tem sido muitas as dificuldades até ultimo momento, mas o Senhor saiu vitorioso em todos nós... 
Que grandes encontros com o Papa Francisco em Copacabana... o cambio de Guaratiba para
Copacabana, apesar as dificuldades foi mais uma grande ação de Deus, para manifestar ao mundo que a Igreja está viva, jovem e com o Papa.
O Encontro Vocacional foi um grande sucesso e o Senhor nos permitiu ser participantes da sua obra: Se levantaram 3.000 moços e 2.000 moças. Graças a Deus! 
Eramos 60.000 irmãos de 70 nações. Além das TVs em vários lugares do mundo, o Encontro foi visto em internet até 30.000 conexões simultâneas e em vários lugares do mundo, os jovens tem-se reunido com seus catequistas e, ao mesmo tempo que Kiko, pediram vocações e muitos se levantaram também.
Pela superlotação, muitos tiveram que participar do lado de fora. Foi para nós um grande
sofrimento, mas ofereçamos este sofrimento por todos os jovens do Caminho, para que o Senhor os fortaleza no combate contra o demônio. 
Estamos recebendo agradecimentos dos responsáveis do Caminho nas diversas nações e todos nos pedem: digam aos irmãos do Brasil que através da acolhida recebida, temo-nos sentido muito amados por Deus!. 
Sabemos de muitas dificuldades que tem aparecido, mas também sabemos que Deus interveio, e seguro, com a mediação do beato João Paulo II, fundador das JMJs. 
Muitos irmãos tem sido fundamentais para que tudo corresse bem: acolhidas nas paróquias, nas casas, na preparação de refeições, nas missões, monitores acompanhando os grupos, aeroportos, visitas a paróquias, oferecendo cobertores, na preparação do Encontro vocacional, em fim... tantas pessoas e tantos momentos em que podemos dizer: Temos acolhido Cristo que passava no meio de nós! 
Juntos agradeçamos ao Senhor e na Eucaristia elevemos o cálice da bênção pelos milagres que o Senhor atuou no meio de nós! 
Finalmente dizer-vos que foi uma grande graça ter entre nós Kiko, Carmen e Pe. Mario, e que na despedida nos falaram que estavam muito contentes e que agradeçamos também a todos os irmãos do Caminho no Brasil. 
Que a Virgem de Aparecida, padroeira do Brasil, nos conceda agora, ser fieis ao Espirito recebido. 
Rezai por nós 
Pe. José, Pilar e Raúl.

Saiba mais sobre a Polônia

Cracóvia é a cidade em que o beato João Paulo II morou por muitos anos, onde foi ordenado padre, completou seus estudos e até se tornar arcebispo. Mas essa vida espiritual da cidade iniciou muito antes de Karol Wojtyła. Já no ano 1000, a diocese de Cracóvia foi criada, e a cidade tornou-se um destino popular para peregrinações cristãs. A cidade será sede da próxima JMJ, em 2016. 

Notícias de milagres realizados por intercessão de Santo Estanislau, bispo de Cracóvia que foi assassinado, reúne em seu túmulo uma vez grande multidão de peregrinos ao santo polonês. Santo Estanislau foi o primeiro na longa lista de santos de Cracóvia, em que também figura Santa Faustina. 

A cidade ainda atrai muitos peregrinos, especialmente aqueles que viajam para visitar o Santuário da Divina Misericórdia (Sanktuarium Bożego Miłosierdzia), que se tornou um dos santuários mais importantes do mundo dedicados a cristologia (um campo de estudo dentro da teologia cristã que estuda a natureza de Jesus Cristo).

Atualmente a Arquidiocese de Cracóvia tem uma área de 5.730m² e uma população de 1,6 milhão, entre eles, 1.555.000 de católicos. São 1.169 sacerdotes diocesanos, 964 sacerdotes religiosos e 2.700 religiosas. O arcebispo de Cracóvia se chama cardeal Stanisław Dziwisz, que foi assessor pessoal de João Paulo II. 

Catolicismo na Polônia

Segundo dados do site oficial do país os mais numerosos são os fiéis da Igreja Católica (cerca de 95% dos cidadãos crentes). Entre os quatro ritos: bizantino-ucraniano, bizantino-eslavo, arménio e latino, este último é o mais numeroso (em 1998, pertenciam-lhe mais de 35 milhões de fiéis, organizados em 9.990 paróquias e atendidos por 28 mil clérigos).  A Polônia é dividida em 44 dioceses e 15 metrópoles latinas. 

Em todo o país, e também em outros países, desenvolvem as suas ações várias organizações e instituições pastorais (por exemplo, as Missões Católicas Polacas, com uma presença particularmente forte nos países do Terceiro Mundo) e catequéticas (que se dedicam, entre outras coisas, ao ensino da religião católica nas escolas), assim como várias dezenas de ordens masculinas e femininas (franciscanos, jesuítas, dominicanos, Congregação de São Miguel Arcanjo, salesianos, redentoristas, irmãs de Santa Elisabete, ursulinas, Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo).

Uma característica peculiar da religiosidade polaca é a afeição pelas práticas e costumes cristãos tradicionais, como peregrinações a lugares sagrados, procissões litúrgicas (por exemplo, na festa de Corpus Christi), exercícios espirituais no Advento e na Quaresma, festas patronais em honra dos padroeiros das paróquias. O culto da Virgem Maria é especialmente importante. Os maiores santuários marianos da Polônia são o da Virgem Negra de Częstochowa e o da Virgem das Dores de Licheń, mas em todo o país há muitíssimos santuários locais, de menor tamanho, onde se rende culto à Mãe de Jesus.

A influência de João Paulo II 

A religiosidade polaca adquiriu uma dimensão completamente nova após a eleição do arcebispo de Cracóvia Karol Wojtyła a Sede Petrina, em 1978. O pontificado do papa polaco, que adotou o nome de João Paulo II, supôs uma grande revolução para a Igreja Católica, que se abriu aos problemas do mundo moderno. Na Polônia percebe-se a figura de João Paulo II de maneira totalmente extraordinária, vinculando as ações dele às grandes transformações sociopolíticas ocorridas nos anos 80 do século XX. O papa João Paulo II permanece uma autoridade moral inquestionável não só para os polacos crentes. 

Onde fica Polônia?

O país encontra-se no centro do continente europeu. Perto de Varsóvia é onde se localiza o centro geométrico da Europa, no qual se cruzam as linhas que unem os cabos Nordkinn (a Noruega) com Matapan (o Peloponeso, a Grécia) e o Cabo da Roca (Portugal) com a parte central dos Montes Urais. Pela Polônia passa também a fronteira continental entre a Europa Ocidental e a Europa Oriental.

FONTE: (http://www.rio2013.com/)

Números da JMJ Rio 2013

Durante uma coletiva de imprensa realizada nesta terça feira, 30 de julho, o Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta e presidente do Comitê Organizador Local da JMJ Rio 2013 avaliou o evento e apresentou os resultados que “superaram as expectativas”.

Conforme notícia publicada no site oficial da JMJ Rio 2013 os números são:

O público presente na  Missa de Envio chegou a 3,7 milhões de pessoas, seis vezes maior que o número de presentes ao primeiro Ato Central, a Missa de Abertura (600 mil). O impacto econômico foi expressivo. Os visitantes desembolsaram R$ 1,8 bilhões, segundo números do Ministério do Turismo.  Os dados foram divulgados em coletiva à imprensa nesta terça-feira, 30.

No total, mais de 3,5 milhões de pessoas participaram da JMJ Rio2013, que contou com eventos em Copacabana, Quinta da Boa Vista, Rio Centro e em diversas paróquias da cidade. A cerimônia de acolhida do Santo Padre, na quinta-feira, 25, reuniu 1,2 milhões de pessoas em Copacabana, enquanto a Via-Sacra chegou a 2 milhões na sexta-feira, 26. Na vigília, cerca de 3,5 milhões de jovens estiveram na praia de Copacabana.

Foram 427 mil inscrições, de 175 países. Peregrinos inscritos com hospedagens alcançaram 356.400, enquanto o número de vagas disponibilizadas para hospedagem em casas de família e instituições chegaram a 356,4 mil.

Perfil dos inscritos

A JMJ Rio2013 contou com uma presença massiva de latinos. Os países com o maior número de inscritos foram, respectivamente, Brasil, Argentina, Estados Unidos, Chile, Itália, Venezuela, França, Paraguai, Peru e México. Do total dos inscritos internacionais, 72,7% estiveram no Brasil pela primeira vez e 86,9% nunca haviam participado da JMJ Rio2013.

Foram mais de 70 mil downloads no site oficial da JMJ Rio2013 e mais de 200 mil acessos. O facebook recebeu mais de 1,1 milhão de curtidas e o flickr superou 10 mil downloads.

Entre os peregrinos inscritos, 55% são do sexo feminino; 60% do público tem entre 19 e 34 anos. Foram 644 Bispos inscritos, dos quais 28 são Cardeais. Além disso, foram 7814 sacerdotes inscritos e 632 diáconos. Para cobrir a JMJ Rio2013 em 57 países, foram credenciados 6,4 mil jornalistas.

O evento também contou com 264 locais de catequese, em 25 idiomas. Foram 60 mil voluntários, mais de 800 artistas participantes dos Atos Centrais. Um total de 100 confessionários foram expostos na Feira Vocacional e no Largo da Carioca e 4 milhões de hóstias produzidas, 800 mil para Missa de Envio.

A geração de lixo foi inferior a outros eventos que acontecem em Copacabana, como o Réveillon. A Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) removeu 345 toneladas de resíduos orgânicos e 45 toneladas de materiais recicláveis, durante a JMJ Rio2013. O número representa cerca de 10% a menos do registrado na noite do último Ano Novo. 

FONTE: (http://www.zenit.org/)

Encontro com os iniciadores do Caminho Neocatecumenal, Riocentro (29/07/2013)

Cracóvia

Cracóvia e a região de Malopolska – de onde veio Karol Wojtyla, Papa João II. Foi ali também que iniciou sua jornada até Roma e o conclave. Foi também onde ele frequentemente retornava durante suas peregrinações à seu país. “Aqui, nesta terra, eu nasci. Aqui, em Cracóvia, eu estive boa parte da minha vida (...), Aqui, eu recebi a graça da minha vocação sacerdotal (...). Eu fui consagrado na Catedral de Wawel”, ele lembra.

Papa João Paulo II veio de Malopolska. Ele cresceu aqui, estudou e serviu como padre e mais tarde como bispo, até ele ser eleito Papa no dia 16 de outubro de 1978. Wadowice, Niegowić, Krakow, Kalwaria Zebrzydowska, Zakopane foram os lugares onde ele cresceu, vindo a ser um homem adulto, artista e especialmente pastor de almas.

Karol Wojtyla nasceu em Wadowice, no dia 18 de maio de 1920. Ali ele frequentou uma escola secundária e em 1938, junto com seu pai, se mudou para Cracóvia, onde Karol Wojtyla começou a estudar filologia polonesa na Universidade de Jagiellonian. Em 1942, cursou os estudos clandestinos do seminário em Cracóvia, onde foi ordenado sacerdote no dia 1º de Novembro de 1946. Foi então para Roma onde ele continuou estudando até 1948. No mesmo ano, após retornar à Polônia, ele foi enviado à uma pequena paróquia em Niegowic perto de Cracóvia, por sete meses. Depois, ele foi um dos pioneiros do “turismo sacerdotal” na igreja de São Floriano, em Cracóvia. Gostava de fazer trilha nas montanhas e canoagem com jovens.

A personalidade do Padre Karol Wojtyla, sua habilidade de conversar diretamente com jovens e seus sermões, atraíram multidões. Logo, um grupo de pessoas foi criado não só para participar das liturgias (as 6 da manhã!) mas também celebravam onomásticos e iam de viagem juntos. Eles foram sempre acompanhados por “Wujek” (“Tio” em polonês), como Padre Karol costumava ser chamado. Com o tempo, essas viagens se transformaram em excursões até as montanhas Bieszczady ou expedições de canoa nos lagos Masurian. Essas foram pioneiras naquele época. “É importante poder falar sobre tudo, filmes, livros, carreiras, pesquisa científica ou bandas de jazz de maneira adequada”, explicava Padre Wojtyla.

Nos anos seguintes, ele continuou os estudos teológicos. Em 1958, ele foi nomeado bispo. Logo depois, participou de preparações para o Concílio Vaticano II e do próprio concílio. Após a morte do Arcebispo Eugeniusz Baziak em 1963, ele se tornou o bispo metropolitano de Cracóvia e quatro anos depois Papa Paulo VI o nomeou como Cardial. Ele rapidamente se tornou para a Igreja uma figura de autoridade, filósofo, pensador e teólogo conhecido não só na Polônia.

Já como bispo metropolitano de Cracóvia, Karol Wojtyla mostrou a importância da juventude no movimento “Luz-vida” (“Światło i Życie”), estabelecido em 1969 pelo Reverendo Franciszek Blachnicki. A formação religiosa oferecida para juventude em acampamentos de verão (chamados de oásis) foi considerada alarmante pelas autoridades comunistas. Ativistas do movimento começaram a ser perseguidos. Com o intuito de não prejudicar a igreja, muitos bispos se distanciaram do movimento do padre Blachnicki. A dinâmica desenvolvida nos oásis não foi possível até o aprovação oficial pelo Cardeal Wojtyla como parte das atividades pastorais da arquidiocese de Cracóvia. Centros acadêmicos de capelania também prosperaram durante o tempo de Cardeal Wojtyla. O bispo metropolitano sempre estava em reuniões com estudantes, pregava em retiros, ia à retiros sem avisar e sentava nos confessionários ou ajudava financeiramente não oficialmente alguns centros. Essa verba era basicamente para subsidiar os acampamentos de verão mas também foi dada para os estudantes mais pobres.

Depois da morte de João Paulo I em setembro de 1978, pela primeira vez em 456 anos, não foi um italiano, mas um polonês foi eleito Papa no dia 16 de outubro 1978João Paulo II pontificado foi definitivamente excepcional.

No começo do seu pontificado, em seu primeiro discurso feito da janela do Palácio Apostólico, antes do Angelus, John Paul II ardentemente se dirigiu à juventude: “...minha esperança, porque sois a promessa de amanhã. Vocês são a esperança da igreja e da sociedade”. Encontros com jovens foram de grande importância para o Papa. Ele também foi o iniciador e criador da Jornada Mundial da Juventude.

João Paulo II visitou sua pátria nove vezes: 1979, 1983, 1987, 1991, 1995, 1997, 1999. Sua última visita à Polônia foi em agosto de 2002. Todas as vezes ele visitou a juventude polonesa, em frente da famosa “janela papal” em Crácóvia no número 3 da Rua Franciszkańska.

O Centro “Não tenham medo!” e o Santuário do abençoado João Paulo II

O centro João Paulo II “Não tenham medo!” é uma homenagem ao Papa polonês, mas também à herança do espírito e do pensamento que ele deixou aos seus compatriotas. Essa herança continua a inspirar a Igreja e os milhões de discípulos de Cristo no mundo inteiro. “Queremos desenvolver esta herança de maneira criativa, queremos enfrentar novos desafios na sua luz e transmiti-la para as novas gerações. O centro não é um monumento mas um lugar importante de encontro com João Paulo II, com o seu espírito, seu pensamento, sua santidade” – diz o Cardeal Stanislaw Dziwisz.

A iniciativa de criar o Centro do Papa “Não tenham medo!” foi decidida em Cracóvia no dia 2 de Janeiro de 2006 pelo Cardeal e Arcebispo de Cracóvia, Stanislaw Dziwisz. A construção de prédios pelo jovem arquiteto Andrzej Mikulski começou no Outono 2008 na região da antiga fábrica de produtos químicos “Solvay”, um lugar simbólico por causa dos anos de juventude que Karol Wojtyla passou nesse lugar.

Na primeira fase do projeto, foi construída a parte inferior da Igreja, na qual se encontram as relíquias do Papa João Paulo II. Foram também construídos o Centro de Voluntariado e o Instituto João Paulo II.

A segunda etapa do projeto, foi a construção do Museu de João Paulo II, de uma torre e do fim das obras na parte superior. A porta de entrada desta Igreja foi feita em bronze e representa João Paulo II, acompanhado por Santos e Beatos canonizados e beatificados por ele. O interior é predominantemente decorado por acabamentos de pedra e concreto arquitetônico. O altar principal e as paredes laterais estão decorados por um mosaico, obra de Marko Ivan Rupnik SJ – um artista mundialmente conhecido, de origem eslovena, criador de mosaicos como aqueles da cripta da nova Igreja em São Giovanni Rotondo, na Itália. A dedicação oficial da nova Igreja aconteceu no dia 23 de Junho de 2013, dois anos depois de exporem as relíquias do Papa João Paulo II na Igreja inferior. No futuro, está prevista a construção de outras instalações: Centro de Conferência, Casa de Peregrinos, Centro de Retiros e de Readaptação, e hotel.

Santuário da Divina Misericórdia em Cracóvia-Lagiewniki

O convento da Congregação de Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia, onde Irmã Faustina Kowalska viveu e morreu, foi fundado em Cracóvia na segunda metade do século 19. A graça da intimidade com Jesus Cristo foi concedido à essa humilde freira. Suas visões místicas foram descritas em seu Diário, que ainda se mantem como o mais frequente livro polonês traduzido. A futura santa experimentou seu postulado e noviciado no convento de Lagiewniki e também foi ali que ela professou seu primeiros votos e os perpétuos. De 1936 até a sua morte, ela morou em Lagiewniki permanentemente, trabalhando no jardim e no portão do convento. Ela morreu no dia 5 de Outubro 1938 e foi enterrada em um túmulo no cemitério do convento. Sua mística foi oficialmente abençoada em 1993 e ela foi canonizada em 2000. No mesmo ano, a Festa da Misericórdia foi anunciada. Os dois atos foram realizados pelo Papa João Paulo II, que rezou na capela do convento quando jovem no caminho do seu trabalho perto da fábrica Solvay de produtos químicos.

A capela do convento que foi dedicada à São José em 1891 é o centro de culto da Divina Misericórdia. Foi ali que em 1943 o confessor de Cracóvia da Irmã Faustina consagrou a imagem de Jesus Misericordioso doado para a capela como oferta do pintor Adolf Hyla, assim iniciando os serviços solenes em veneração à Divina Misericórdia. No primeiro Domingo depois da Páscoa de 1944, a segunda imagem de Jesus Misericordioso foi consagrada. Essa imagem logo ficou famosa pelas graças e evidências de numerosas ofertas colocadas em malas ao redor da capela. Suas cópias e reproduções se espalharam pelo mundo e a imagem trouxe o cumprimento das palavras de Jesus proferidas por Irmã Faustina: “Eu desejo que essa imagem seja venerada primeiro em sua capela, e (depois) em todo o mundo.”

Depois da beatificação da Irmã Faustina (1993), suas relíquias foram guardadas em um repositório de mármore em um altar lateral debaixo da miraculosa imagem “Jesus, eu confio em vós”. No corrimão debaixo do altar, há um genuflexório para facilitar a veneração da Santa pelos peregrinos.

A nova parte do Santuário da Divina Misericórdia consiste de prédios construídos recentemente. O autor do principal design foi Witold Ceckiewicz, um arquiteto de Cracóvia. A basílica foi construída nos anos de 1999-2002. É uma estrutura de dois andares elipsoidal que lembra um embarcação. Pode acomodar até cinco mil pessoas. A ideia do design do templo recorda os raios emitidos do coração Misericordioso de Jesus, no qual imagem está localizada no centro do presbitério. Debaixo da imagem, está um tabernáculo dourado no formato de um globo e uma escultura de um arbusto arrancado pelo vento. A basílica foi consagrada por Papa João Paulo II no dia 17 de agosto de 2002 durante a última peregrinação para Polônia. Lá, o Santo Padre confiou o mundo à Divina Misericórdia. Desde 6 de março de 2003 a igreja tem o título de basílica menor. Durante a peregrinação do Papa Bento XVI até a Polônia in 2006, o monumento à João Paulo II foi revelado na torre, que mede 76 metros e é o ponto mais alto de Cracóvia.

Na parte mais baixa da basílica, existe uma capela central devota à Irmã Faustina, e quatro capelas laterais. Perto da parte superior da basílica, a capela da Adoração Perpétua do Santíssimo Sacramento.


FONTE: (http://g1.globo.com/)

Residência do Sumaré (RJ) - Íntegra da Entrevista exclusiva com o Papa Francisco

O pontífice recebeu o repórter Gerson Camarotti, durante sua visita ao Brasil. Na entrevista, o Papa abordou assuntos  como os escândalos no Vaticano e os desafios da Igreja Católica para atrair fiéis. Comentou também a acolhida que teve no Brasil, durante a Jornada Mundial da Juventude, e deu lições de humildade, solidariedade e humanidade.

O Senhor não esperava um pouco mais quente o Brasil?

Não, talvez esperasse um pouco mais de calor, mas não senti frio. Pra mim não, venho de um país mais ao sul. Conheço o frio de Buenos Aires. É uma temperatura de outono normal para mim.

Papa Francisco, o senhor chega ao Brasil e tem uma receptividade muito calorosa dos brasileiros. Há uma rivalidade histórica entre Brasil e Argentina, pelo menos no futebol. Como é que o senhor recebeu esse gesto de afeto dos brasileiros?

Eu me senti recebido com um afeto que desconhecia, de forma muito calorosa. O povo brasileiro tem um grande coração. Quanto à rivalidade, creio que já está totalmente superada. Porque negociamos bem: o Papa é argentino e Deus é brasileiro.

Uma grande solução, não é Santo Padre?

Acho que me senti muito bem recebido, com muito carinho.

Santo Padre, no Brasil o senhor utilizou ao chegar e continuou utilizando um carro modelo muito simples. Há notícias de que o senhor inclusive condenou padres que usavam carros de luxo pelo mundo. Eu queria saber, o senhor inclusive optou por morar na casa Santa Marta. Essa sua simplicidade é uma nova determinação a ser seguida por padres, por bispos e por cardeais?

O carro que estou usando aqui é muito parecido com o que eu uso em Roma. Em Roma uso um Ford Focus azul. Simples, do tipo que qualquer um pode ter. Sobre isso, penso que temos que dar testemunho de uma certa simplicidade - eu diria, inclusive, de pobreza. Nosso povo exige a pobreza de nossos sacerdotes. Exige no bom sentido, não pede isso. O povo sente seu coração magoado quando as pessoas consagradas são apegadas a dinheiro. Isso é ruim. E realmente não é um bom exemplo que um sacerdote tenha um carro último tipo, de marca. Acredito que, isso digo aos párocos, em Buenos Aires dizia sempre: é necessário que o padre tenha um carro, é necessário. Porque na paróquia há mil coisas a fazer, deslocamentos são necessários. Mas tem que ser um carro modesto. Isso quanto ao automóvel. Quanto à decisão de viver em Santa Marta, não foi tanto por razões de simplicidade. Porque o apartamento papal é grande, mas não é luxuoso. Mas a minha decisão de ficar em Santa Marta tem a ver com o meu modo de ser. Não consigo viver só. Não posso viver fechado. Preciso do contato com o povo. Então resolvi explicar da seguinte forma: fiquei em Santa Marta por razões psiquiátricas. Para não ter que viver uma solidão que não me faz bem. E também para economizar, porque caso contrário teria que gastar muito dinheiro com psiquiatras. E isso não é bom. Mas é para estar com as pessoas. Santa Marta é uma casa de hóspedes em que vivem uns 40 bispos e sacerdotes que trabalham na Santa Sé. Tem uns 130 cômodos, mais ou menos, e há sacerdotes, bispos, cardeais e leigos que moram lá. Eu como no refeitório comum a todos. Café da manhã, almoço e jantar. E a gente sempre encontra gente diferente, e isso me agrada. Essas são as razões. E agora, a regra geral. Acredito que Deus está nos pedindo, neste momento, mais simplicidade. É algo de dentro, que alegra o espírito. 

Santo Padre, quando o senhor chegou ao Rio de Janeiro houve falhas na segurança. O seu carro foi levado ali para o meio da multidão. O Papa Francisco ficou com medo? Qual foi o seu sentimento naquele momento?

Eu não sinto medo. Sou inconsciente, mas não sinto medo. Sei que ninguém morre de véspera. Quando acontecer, o que Deus permitir, será. Mas, antes de viajar, fui ver o papamóvel que seria trazido para cá. Era cercado de vidros. Se você vai estar com alguém a quem ama, amigos, e quer se comunicar, você não vai fazer essa visita dentro de uma casa de vidro. Não. 1 Eu não poderia vir ver este povo que tem um coração tão grande, protegido por uma caixa de vidro. E no automóvel, quando ando pela rua, baixo o vidro. Para poder estender a mão, saudar as pessoas. Quer dizer, ou tudo ou nada. Ou se faz a viagem como deve ser feita, com comunicação humana, ou não se faz. Comunicação pela metade não faz bem. Só agradeço - e nesse ponto tenho que ser muito claro - agradeço à segurança do Vaticano, pela forma como preparou esta visita. O cuidado que sempre tem. E agradeço à segurança do Brasil. Muito mesmo. Porque aqui também estão tendo todo o cuidado comigo, ao evitar que haja algo desagradável. Algo que pode acontecer, como alguém me atingir... Pode acontecer. Ambas as seguranças trabalharam muito bem. Mas ambas sabem que sou um indisciplinado nesse aspecto. Mas não por agir como um menino levado, não. E sim porque vim visitar pessoas, e quero tratá-las como tal. Tocando-as.

Papa Francisco, seu grande amigo cardeal Claudio Hummes, aqui do Brasil, ele me falou algumas vezes da preocupação com a perda de fiéis aqui no continente, no Brasil principalmente, para outras religiões - principalmente para religiões evangélicas. Aí eu lhe pergunto: por que acontece isso e o que pode ser feito?

Não conheço as causas, e tampouco as porcentagens. Não conheço a vida do Brasil o suficiente para dar uma resposta. Acho que o cardeal Hummes foi um dos que falaram, mas não tenho certeza. Mas se você está dizendo, sabe. Não saberia explicar esse fenômeno. Vou levantar uma hipótese. 3 Pra mim é fundamental a proximidade da Igreja. Porque a Igreja é mãe, e nem você nem eu conhecemos uma mãe por correspondência. A mãe dá carinho, toca, beija, ama. Quando a Igreja, ocupada com mil coisas, se descuida dessa proximidade, se descuida disso e só se comunica com documentos, é como uma mãe que se comunica com seu filho por carta. Não sei se foi isso o que aconteceu no Brasil. Não sei, mas sei que em alguns lugares da Argentina isso aconteceu. Essa falta de proximidade, a falta de sacerdotes. Faltam sacerdotes, então alguns locais ficam desassistidos. E as pessoas buscam, sentem necessidade do Evangelho. Um sacerdote me contou que foi como missionário a uma cidade no sul da Argentina onde não havia um sacerdote há quase 20 anos. Evidentemente, as pessoas ouviam o pastor. Porque sentiam a necessidade de escutar a palavra de Deus. Quando ele foi até lá, uma senhora muito culta disse-lhe: "Tenho raiva da Igreja porque nos abandonou. Agora vou ao culto todos os domingos ouvir o pastor, que foi quem alimentou nossa fé durante todo esse tempo." Foi a falta de proximidade. Falaram sobre isso, o sacerdote a ouviu, e quando ia se despedir, ela disse: "Padre, um momento, venha". E foi até um armário, onde havia a imagem da Virgem. E disse a ele: "Eu a escondo aqui, para o que o pastor não a veja."Essa mulher ia ao pastor, respeitava o pastor, ele falava a ela de Deus, e ela aceitava. Porque não tinha seu sacerdote. Mas as raízes de sua fé, ela as conservou escondidas num armário. Estavam lá. Esse é o fenômeno para mim mais sério. Este episódio me mostra muito bem o drama da fuga, desta mudança. Falta de proximidade. Vou repetir esta imagem. A mãe faz assim: cuida, beija, acaricia e alimenta. Não por correspondência.

Papa Francisco, quando o senhor foi escolhido no conclave, a Cúria romana especificamente era alvo de críticas - inclusive críticas internas, de vários cardeais. E o sentimento que eu percebi, pelo menos dos cardeais com quem eu conversei, era um sentimento de mudança. Esse sentimento está correto?

Vou abrir parênteses, um momento. Quando fui eleito, tinha ao meu lado meu amigo, o cardeal Hummes. Porque, pela ordem, estávamos um depois do outro. E foi ele quem me disse uma frase que me fez tanto bem: "Não se esqueça dos pobres". É lindo. Quanto à Cúria romana, ela sempre foi criticada. Mais ou menos. A Cúria se presta a críticas, e tem que resolver muitas coisas. Gosto de algumas coisas, não gosto de outras, alguns trâmites têm boas bases, outros têm um enfoque errado - como toda organização. Eu diria isto: na Cúria romana há muitos santos. Cardeais santos, bispos santos, sacerdotes, religiosos, leigos. Gente de Deus, que ama a Igreja. Isso não aparece tanto. Faz mais barulho uma árvore que cai do que um bosque que cresce. Ouvem-se os ruídos dos escândalos. Agora mesmo temos um. Escândalo de transferência de 10 ou 20 milhões de dólares de monsenhor. Belo favor faz esse senhor à Igreja, não é? Mas é preciso reconhecer que ele agiu mal, e a Igreja tem que dar a ele a punição que merece, pois agiu mal. Há casos desse tipo. No momento do conclave, antes temos o que chamamos congregações gerais - uma semana de reuniões dos cardeais. Naquela ocasião, falamos claramente dos problemas. Falamos de tudo. Porque estávamos sozinhos, e com o objetivo de saber qual era a realidade e traçar o perfil do novo Papa. E dali saíram problemas sérios, derivados em parte de tudo o que vocês conhecem: do Vatileaks, e assim por diante. Havia problemas de escândalos. Mas também havia os santos. Esses homens que deram sua vida para trabalhar pela Igreja de maneira silenciosa no Conselho Apostólico. Também se falou de certas reformas funcionais que eram necessárias. Isso é verdade. E foi pedido ao novo Papa que formasse uma comissão de fora, para estudar os problemas de organização da Cúria romana. Um mês depois da minha eleição, eu nomeei essa comissão de oito cardeais, um de cada continente - para a América, 2, América do Norte e América do Sul - com um coordenador que também é latino-americano e um secretário italiano. E já chegaram muitos documentos obtidos pelos membros das comissões e que estamos examinando. Teremos uma primeira reunião oficial sobre isso nos dias 1,2, e 3 de outubro. Discutiremos algumas pautas. Não creio que sairão decisões definitivas, porque a reforma da Cúria é muito séria, e as propostas são muito sérias, precisam ser amadurecidas. Calculo que sejam necessárias outras 2 ou 3 reuniões antes de alguma reforma de fato. Por outro lado, os teólogos dizem -não sei se desde a Idade Média - em latim, dizem: "A Igreja sempre precisa ser reformada". Para não ficar para trás. Então isto é importante não só pelos escândalos do Vatileaks, conhecidos em todo o mundo, mas porque a Igreja sempre precisa ser reformada. Há coisas que serviam no século passado, para outras épocas, outros pontos de vista, que agora não servem mais, e é preciso reorganizar. A Igreja é dinâmica e responde às coisas da vida. E tudo isso foi pedido nas reuniões dos cardeais antes do conclave. 

Papa Francisco, nesse momento o senhor chega eu queria saber da sua mensagem aos jovens brasileiros. Estamos na Jornada Mundial da Juventude. Sua mensagem num momento em que os jovens estão nas ruas do Brasil, protestando e demonstrando insatisfação de uma forma muito ampla. Eu queria saber qual a mensagem pra esses jovens?

Em primeiro lugar, tenho que deixar claro que não conheço os motivos dos protestos dos jovens. Então se digo algo a respeito sem tomar conhecimento, faço mal, faço mal a todos, pois estaria dando uma opinião sem fundamento. Com toda a franqueza lhe digo: não sei bem por que os jovens estão protestando. Este é um primeiro ponto. Segundo ponto: 2 um jovem que não protesta não me agrada. Porque o jovem tem a ilusão da utopia, e a utopia não é sempre negativa. A utopia é respirar e olhar adiante. O jovem é mais inconsequente, não tem tanta experiência de vida, é verdade. Mas às vezes a experiência nos freia. E ele tem mais energia para defender suas ideias. O jovem é essencialmente um inconformista. E isso é muito lindo! Isso é algo comum a todos os jovens. Então eu diria que, de uma forma geral, é preciso ouvir os jovens, dar-lhes meios de se expressar, e cuidar para que não sejam manipulados. Porque há tanta exploração de pessoas - trabalho escravo, por exemplo - há tantos tipos de exploração. Eu me atreveria a dizer uma coisa, sem ofender. Há pessoas que buscam a exploração de jovens. Manipulando essa ilusão, esse inconformismo que existe. E depois arruínam a vida dos jovens. Portanto, cuidado com a manipulação dos jovens. Temos sempre que ouvi-los. Cuidado. Uma família, um pai, uma mãe que não escutam o filho jovem, o isolam, geram tristeza na alma dele. E não experimentam uma troca enriquecedora. 

O mundo atual, em que vivemos, tinha caído na feroz idolatria do dinheiro. E que há uma política mundial, mundial mesmo, muito impregnada pelo protagonismo do dinheiro. Quem manda hoje é o dinheiro. Isso significa uma política mundial economicista, sem qualquer controle ético, um economicismo autossuficiente, e que vai arrumando os grupos sociais de acordo com essa conveniência. O que acontece então? Quando reina no mundo a feroz idolatria do dinheiro, se concentra muito no centro. E as pontas da sociedade, os extremos, são mal atendidos, não são cuidados, e são descartados. Até agora, vimos claramente como se descartam os idosos. Há toda uma filosofia para descartar os idosos. Não servem. Não produzem. Os jovens também não produzem muito. São uma carga que precisa ser formada. O que estamos vendo agora é que a outra ponta, a dos jovens, está em vias de ser descartada. O alto percentual de desemprego entre os jovens na Europa é alarmante. Nós vemos um fenômeno de jovens descartados. Então para sustentar esse modelo político mundial, estamos descartando os extremos. Curiosamente, os que são promessa para o futuro. Porque o futuro quem nos vai dar são os jovens, que seguirão adiante, e os idosos, que precisam transferir sabedoria aos jovens. Descartando ambos, o mundo desaba. 

Hoje, há crianças que não têm o que comer no mundo. Crianças que morrem de fome, de desnutrição. Basta ver fotografias de alguns lugares do mundo. Há doentes que não têm acesso a tratamento. Há homens e mulheres que são mendigos de rua e morrem de frio no inverno. Há crianças que não têm educação. Nada disso é notícia. Mas quando as bolsas de algumas capitais caem três ou quatro pontos, isso é tratado como uma grande catástrofe. Compreende? Esse é o drama desse humanismo desumano que estamos vivendo. Por isso é preciso recuperar os extremos, crianças e jovens. E não cair numa globalização da indiferença em relação a esses dois extremos que são o futuro da população. Perdoe se me estendi e falei demais. Mas acho que com isso lhe passei o meu ponto de vista. O que está acontecendo com os jovens no Brasil não sei. Mas, por favor, que não os manipulem, que os escutem, porque esse é um fenômeno mundial, que vai muito além do Brasil.

Papa Francisco, queria talvez a última pergunta, qual a mensagem ou o que o senhor falaria para os brasileiros católicos, mas também para os brasileiros que não são católicos- ou seja, de outras religiões. Qual a mensagem que o senhor deixaria para um país como o Brasil?

Creio que é preciso estimular uma cultura do encontro, em todo o mundo. No mundo todo. De modo que cada um sinta a necessidade de dar à humanidade os valores éticos de que a humanidade necessita. E defender uma realidade humana. Nesse aspecto, acho que é importante que todos trabalhemos pelos outros, reduzindo o egoísmo. Um trabalho pelos outros segundo os valores da sua fé. Cada religião tem suas crenças. Mas, dentro dos valores de sua própria fé, trabalhar pelo próximo. E nos encontrarmos todos para trabalhar pelos outros. Se há uma criança que tem fome, que não tem educação, o que deve nos mobilizar é que ela deixe de ter fome e tenha educação. Se essa educação virá dos católicos, dos protestantes, dos ortodoxos ou dos judeus, não importa. O que me importa é que a eduquem e saciem a sua fome. Temos que chegar a um acordo quanto a isso. Hoje a urgência é de tal ordem que não podemos brigar entre nós, à custa do sofrimento alheio. Primeiro trabalhar pelo próximo, depois conversar entre nós, com muita grandeza, levando em conta a fé de cada um, buscando nos entender. Mas sobretudo hoje em dia urge a proximidade. Sair de si mesmo para solucionar os tremendos problemas mundiais que existem. Acredito que as religiões, as diversas religiões, não podem dormir tranquilas enquanto exista uma criança que morra de fome, sem educação. Um só jovem ou idoso sem atendimento médico. Mas o trabalho das religiões não é beneficência. É verdade. Mas pelo menos na nossa fé católica, e em outras fés cristãs, vamos ser julgados por essas obras de misericórdia.

Muito obrigado.

Eu que agradeço.

FONTE: (http://g1.globo.com/)

Obrigado Papa Francisco!

Discurso de despedida

28/07/2013
O Papa Francisco despediu-se do Brasil na noite deste domingo (28) após discursar na Base Aérea do Galeão, Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro. “Parto com a alma cheia de recordações felizes”, disse.

Francisco embarcou para Roma às 19h21. No Brasil, desde segunda-feira (22), ele cumpriu uma intensa agenda de eventos e pediu empenho na renovação da Igreja.

Antes de partir, Francisco disse que já está com saudades, agradeceu aos voluntários e lembrou de locais que visitou durante a estada no país. Antes, rumo ao Galeão, fez um sinal de coração com as mãos aos fiéis.

"Dentro de alguns instantes, deixarei sua Pátria para regressar a Roma. Parto com a alma cheia de recordações felizes. Essas, estou certo, se tornarão oração. Neste momento, já começo a sentir saudades. Saudades do Brasil, este povo tão grande e de grande coração, este povo tão amoroso", agradeceu Francisco

"Saudades do sorriso aberto e sincero que vi em tantas pessoas, saudades do entusiasmo dos voluntários. Saudades da esperança no olhar dos jovens no Hospital São Francisco. Saudades da fé e da alegria em meio à adversidade dos moradores de Varginha. Tenho a certeza de que Cristo vive e está realmente presente no agir de tantos e tantos jovens e demais pessoas que encontrei nesta inesquecível semana. Obrigado pelo acolhimento e o calor da amizade que me foram demonstrados. Também disso começo a sentir saudades", afirmou o pontífice, que foi aplaudido.

O vice-presidente da República, Michel Temer, afirmou que o Papa “não encantou apenas os jovens”. “Voltou a despertar a fé em todos os brasileiros”, disse. “Um verdadeiro evangelizador, como Cristo. (...) Quando voltar ao Brasil, ao que me parece, em 2017, não precisará bater nas portas, porque elas estão permanentemente abertas.”

Francisco novamente reiterou o pedido para que os fiéis rezem por ele. "O Papa vai embora e lhes diz 'até breve', um 'até breve' com saudades, e lhes pede, por favor, que não se esqueçam de rezar por ele. Este Papa precisa da oração de todos vocês. Um abraço para todos. Que Deus lhes abençoe!", concluiu.

Leia a íntegra do discurso de despedida do Papa:
"Senhora Presidenta da República, 
Distintas Autoridade Nacionais, Estaduais e Locais, 
Senhor Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, 
Senhores Cardeais e Irmãos no Episcopado,  
Queridos Amigos! 
Dentro de alguns instantes, deixarei sua Pátria para regressar a Roma. Parto com a alma cheia de recordações felizes; essas – estou certo – tornar-se-ão oração. Neste momento, já começo a sentir saudades. Saudades do Brasil, este povo tão grande e de grande coração; este povo tão amoroso. Saudades do sorriso aberto e sincero que vi em tantas pessoas, saudades do entusiasmo dos voluntários. Saudades da esperança no olhar dos jovens no Hospital São Francisco. 
Saudades da fé e da alegria em meio à adversidade dos moradores de Varginha. Tenho a certeza de que Cristo vive e está realmente presente no agir de tantos e tantos jovens e demais pessoas que encontrei nesta inesquecível semana. Obrigado pelo acolhimento e o calor da amizade que me foram demonstrados. Também disso começo a sentir saudades. 
De modo particular agradeço à Senhora Presidenta, por ter-se feito intérprete dos sentimentos de todo o povo do Brasil para com o Sucessor de Pedro. Cordialmente agradeço a meus Irmãos Bispos e seus inúmeros colaboradores por terem tornado estes dias uma celebração estupenda da nossa fé fecunda e jubilosa em Jesus Cristo. Agradeço a todos os que tomaram parte nas celebrações da Eucaristia e nos restantes eventos, àqueles que os organizaram, a quantos trabalharam para difundi-los através da mídia. Agradeço, enfim, a todas as pessoas que, de um modo ou outro, souberam acudir às necessidades de acolhida e gestão de uma multidão imensa de jovens, sem esquecer de tantas pessoas que, no silêncio e na simplicidade, rezaram para que esta Jornada Mundial da Juventude fosse uma verdadeira experiência de crescimento na fé. Que Deus recompense a todos, como só Ele sabe fazer! 
Neste clima de gratidão e saudades, penso nos jovens, protagonistas desse grande encontro: Deus lhes abençoe por tão belo testemunho de participação viva, profunda e alegre nestes dias! Muitos de vocês vieram como discípulos nesta peregrinação; não tenho dúvida de que todos agora partem como missionários. A partir do testemunho de alegria e de serviço de vocês, façam florescer a civilização do amor. Mostrem com a vida que vale a pena gastar-se por grandes ideais, valorizar a dignidade de cada ser humano, e apostar em Cristo e no seu Evangelho. Foi Ele que viemos buscar nestes dias, porque Ele nos buscou primeiro, Ele nos faz arder o coração para anunciar a Boa Nova nas grandes metrópoles e nos pequenos povoados, no campo e em todos os locais deste nosso vasto mundo. Continuarei a nutrir uma esperança imensa nos jovens do Brasil e do mundo inteiro: através deles, Cristo está preparando uma nova primavera em todo o mundo. Eu vi os primeiros resultados desta sementeira; outros rejubilarão com a rica colheita! 
O meu pensamento final, minha última expressão das saudades, dirige-se a Nossa Senhora Aparecida. Naquele amado Santuário, ajoelhei-me em prece pela humanidade inteira e, de modo especial, por todos os brasileiros. Pedi a Maria que robusteça em vocês a fé cristã, que é parte da nobre alma do Brasil, como também de muitos outros países, tesouro de sua cultura, alento e força para construírem uma nova humanidade na concórdia e na solidariedade. 
O Papa vai embora e lhes diz “até breve”, um “até breve” com saudades, e lhes pede, por favor, que não se esqueçam de rezar por ele. Este Papa precisa da oração de todos vocês. Um abraço para todos. Que Deus lhes abençoe!"
FONTE: (http://g1.globo.com/)

Papa deixa o Brasil e envia mensagem para presidenta Dilma

28/07/2013
O Papa Francisco enviou mensagem à presidente Dilma Roussef na noite deste domingo (28), ao deixar o espaço aéreo brasileiro, segundo informou o Blog do Planalto. O pontífice agradeceu pelo “acolhimento generoso” e pela “solicitude do governo em assegurar uma tranquila realização” da visita. A mensagem foi lida pelo comandante do avião papal para o Cindacta 2, em Curitiba.

Francisco embarcou para Roma às 19h21 no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. No Brasil, desde segunda-feira (22), ele cumpriu uma intensa agenda de eventos e pediu empenho na renovação da Igreja. O motivo principal da visita foi a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que chegou a reunir 3,5 milhões em Copacabana, segundo a organização.

Na mensagem à Dilma, Francisco disse esperar contribuição da JMJ para uma “nação mais justa e fraterna”.  “Faço votos de que a Jornada Mundial da Juventude possa reavivar os valores cristãos no coração dos jovens, contribuindo na construção de uma nação mais justa e fraterna e invocando a materna proteção de Nossa Senhora Aparecida, em cujo os pés depositei a vida de cada brasileiro”, afirmou o Papa.

Apesar de problemas na organização da JMJ que fizeram, por exemplo, que o Papa chegasse a ficar preso em um engarrafamento no dia de sua chegada ao Rio, ele falou na mensagem em visita “tranquila” ao país. “Renovo a minha sincera gratidão pelo acolhimento generoso que me reservou [a presidente Dilma Roussef] e pela solicitude do Governo em assegurar uma tranquila realização dessa minha primeira visita ao Brasil."

Em uma semana no Brasil, o Papa Francisco reuniu milhões de pessoas no Rio de Janeiro e em Aparecida, interior de São Paulo, durante a JMJ 2013. Carismático, bebeu mate, abraçou fiéis, desceu do papamóvel, abençoou crianças, jovens e adultos com palavras de fé e coragem, mas também com discursos duros, contra a desigualdade social, pedindo mais amor aos pobres e mais respeito aos políticos e às instituições.

Veja a íntegra da mensagem do Papa Francisco à presidente Dilma Roussef:

“Excelentíssima Senhora Dilma Rousseff, Presidenta da República Federativa do Brasil, ao deixar o espaço brasileiro, renovo a minha sincera gratidão pelo acolhimento generoso que me reservou e pela solicitude do Governo em assegurar uma tranquila realização dessa minha primeira visita ao Brasil. Faço votos de que a Jornada Mundial da Juventude possa reavivar os valores cristãos no coração dos jovens, contribuindo na construção de uma nação mais justa e fraterna e invocando a materna proteção de Nossa Senhora Aparecida, em cujo os pés depositei a vida de cada brasileiro. Envio uma propiciadora benção apostólica.

Francisco, o Papa.”
FONTE: (http://g1.globo.com/)

Testemunho de um garçom de um restaurante da Avenida Atlântica, Copacabana, RJ

A Jornada Mundial da Juventude deixou uma marca indelével na cidade do Rio de Janeiro. Muitos testemunhos ainda estão sendo recolhidos por vários jornalistas nas mais variadas mídias católicas e laicas. Já se respira aquele ar de saudade que nos deixou o Santo Padre e tantos jovens de bem que invadiram as estruturas, as casas, os mercados, as praias, as Igrejas, todos os cantos do Rio de Janeiro.

José Maria Franco, mais conhecido como Zé Maria, trabalha há exatamente 40 anos no restaurante Meia Pataca, localizado na Avenida Atlântica em Copacabana. “No dia 1 de fevereiro passado fez 40 anos de trabalho aqui. Só trabalhei de garçom aqui no Rio de Janeiro”, disse em entrevista, confira:
Sou José Maria Franco, garçom do restaurante Meia Pataca há 40 anos, exatos 40 anos. Nesse tempo já assisti 39 Reveillons e nunca vi tanta gente na Avenida Atlântica com  esse intuito de se divertir, conhecer pessoas diferentes, brincar, cantar em louvor a Deus.
Ultimamente no Rio nós tivemos muitas passeatas, manifestações, que terminaram em pancadaria, vandalismo e destruição... e nada parecido com o que está acontecendo hoje no Rio de Janeiro. Três dias seguidos – a chuva atrapalhou um pouco mas o sol já voltou – três dias seguidos com um evento maravilhoso.
Eu me emociono toda vez que vejo essa multidão passando, de todos os países, de todas as línguas, mas todos irmanados no intuito de louvar a Deus e no que é importante, de fazer amigos, conhecer pessoas, como disse o Papa, dividir alguma coisa com alguém. E é o que eu tô vendo hoje.
Ontem, eu estava na Avenida Atlântica e tinha dois casais do Canadá perdidos e me perguntaram se eu falava inglês e eu disse: “Yes, I do” e me perguntaram se eu lhes podia levar até onde estavam hospedados, e era um pouco distante daqui. E eu os levei em casa. Eles estavam num bairro chamado Bairro Peixoto. Falavam mais Francês do que Inglês, o inglês deles se assemelhava ao meu, que não é muito bom, mas falei. Fui levá-los em casa e no final eles queriam me pagar, recompensar, e eu disse: ‘não. Somos todos irmãos’. E nós trocamos email, Facebook, que todo mundo tem hoje, e nos fotografamos e já ficamos amigos e eles vêm me visitar amanhã aqui porque vão embora no outro dia. Muito bom, muito bom. Realmente algo inédito.
E toda vez que eu vejo o Papa passar, passa pertinho de nós, quando eu o vejo na televisão, eu me emociono. Não sei se é a idade que nos faz isso, mas há algo que me toca e toda vez que eu o vejo eu choro. Não tem como não chorar.
O depoimento de um jovem, ex-viciado, sem pai e sem mãe tocou a todos e daí no final o Papa foi dar-lhe um abraço, com essa proximidade, essa espontaneidade do Santo Padre com o Povo, algo já visto no Rio de Janeiro e também no mundo.
Com esse caráter Franciscano, o Papa se despiu de todas essas vaidades que nossos políticos tem, e ele, como representante do povo, não tem nada disso. Ele não exigiu isso, não exigiu aquilo, sai do seu carro, que é um carro aberto.
Por exemplo, eu vi um gesto do Santo Padre aqui na Avenida Atlântica, eu tava pertinho, uma pessoa ofereceu um solideu a ele. O Papa bateu no ombro do motorista, o motorista parou e ele pediu ao segurança que fosse até ele, e trouxe o solideu da pessoa que estava dando para ele, trocou o solideu, pôs na cabeça o solideu que tinha recebido e deu o seu para o rapaz que estava lá. Eu me emocionei com aquele gesto.
Sempre sorrindo. Se vê que é uma pessoa que não é tão jovem, quase 80 anos, mas a vitalidade, a alegria, o sorriso constante, nada forçado, querendo abraçar a todos. Num dos discursos que ele fez eu gostaria de destacar o seguinte: “eu gostaria de entrar na casa de todos vocês para tomar um cafezinho, abraçar a cada um de vocês”, é muito bonito isso.
Que Deus o proteja, que Deus dê uma longa vida à ele. E vai mudar alguma coisa, como tá mudando. Principalmente aqui no nosso país, onde os políticos estão corrompidos...
O Papa é o único homem público hoje no país que pode andar na rua sem ser atacado. Em qualquer rua que ele sair no Brasil vai ser ovacionado. Se qualquer político nosso, qualquer um, do presidente da República aos deputados, saírem à rua hoje, governador do Estado, eu não sei o que vai acontecer com eles. O único, o único que pode sair sem medo é o Papa. Não só sair, mas o Papa vai ser aplaudido, beijado, acariciado e protegido por essa população.
FONTE: (http://www.zenit.org/)

Encontro com os voluntários

O Papa Francisco pediu coragem de "ir contra a corrente" e de "ser felizes" a cerca de 12 mil jovens neste domingo (28) durante encontro com voluntários da Jornada Mundial da Juventude no Riocentro, seu último evento público antes de partir para Roma. Ele embarcou no Galeão às 19h21. “Parto com a alma cheia de recordações felizes”, disse. E encerrou: "Rezem por mim".

"Não podia regressar a Roma sem antes agradecer, de modo pessoal e afetuoso, a cada um de vocês pelo trabalho e dedicação com que acompanharam, ajudaram, serviram aos milhares de peregrinos, pelos inúmeros pequenos detalhes que fizeram desta Jornada Mundial da Juventude uma experiência inesquecível de fé", afirmou Francisco.

Em uma semana no Brasil, o Papa Francisco reuniu milhões de pessoas no Rio de Janeiro e em Aparecida, interior de São Paulo, durante a JMJ 2013. Carismático, bebeu mate, abraçou fiéis, desceu do papamóvel, abençoou crianças, jovens e adultos com palavras de fé e coragem, mas também com discursos duros, contra a desigualdade social, pedindo mais amor aos pobres e mais respeito aos políticos e às instituições.

Leia a íntegra da fala do Papa Francisco no Riocentro:
"Queridos voluntários, boa tarde! 
Não podia regressar a Roma sem antes agradecer, de modo pessoal e afetuoso, a cada um de vocês pelo trabalho e dedicação com que acompanharam, ajudaram, serviram aos milhares de peregrinos; pelos inúmeros pequenos detalhes que fizeram desta Jornada Mundial da Juventude uma experiência inesquecível de fé. Com os sorrisos de cada um de vocês. Com a gentileza, com a disponibilidade ao serviço, vocês provaram que “há maior alegria em dar do que em receber”. 
O serviço que vocês realizaram nestes dias me lembrou da missão de São João Batista, que preparou o caminho para Jesus. Cada um, a seu modo, foi instrumento para que milhares de jovens tivessem o “caminho preparado” para encontrar Jesus. E esse é o serviço mais bonito que podemos realizar como discípulos missionários: preparar o caminho para que todos possam conhecer, encontrar e amar o Senhor. A vocês, que neste período responderam com tanta prontidão e generosidade ao chamado para ser voluntários na Jornada Mundial, queria dizer: sejam sempre generosos com Deus e com os demais. Não se perde nada, ao contrário, é a grande a riqueza da vida que se recebe. 
Deus chama para escolhas definitivas. Ele tem um projeto para cada um: descobri-lo, responder à própria vocação significa caminhar na direção jubilosa de si mesmo. A todos Deus nos chama à santidade, a viver a sua vida, mas tem um caminho para cada um. Alguns são chamados a se santificar constituindo uma família através do sacramento do matrimônio. 
Há quem diga que hoje o casamento está “fora de moda”; na cultura do provisório, do relativo, muitos pregam que o importante é “curtir” o momento, que não vale a pena comprometer-se por toda a vida, fazer escolhas definitivas “para sempre”, uma vez que não se sabe o que reserva o amanhã. Em vista disso, eu peço a vocês que sejam revolucionários, que vão contra a corrente; sim, nisto peço que se rebelem; que se rebelem contra essa cultura do provisório que, no fundo, crê que vocês não são capazes de assumir responsabilidades, que não são capazes de amar a verdade. Eu tenho confiança em vocês, jovens, e rezo por vocês. Tenham a coragem de “ir contra a corrente”. Tenham a coragem de ser felizes! 
O Senhor chama alguns ao sacerdócio, a se doar a Ele de modo mais total, para amar a todos com o coração do Bom Pastor. A outros, chama para servir os demais na vida religiosa; nos mosteiros, dedicando-se à oração pelo bem do mundo, nos vários setores do apostolado, gastando-se por todos, especialmente os mais necessitados. Nunca me esquecerei daquele 21 de setembro –eu tinha 17 anos -  quando depois de passar pela igreja de San José de Flores para me confessar, senti pela primeira vez que Deus me chamava. Não tenham medo daquilo que Deus lhes pede! Vale a pena dizer “sim” a Deus. N’Ele está a alegria! 
Queridos jovens, talvez alguns de vocês ainda não veja claramente o que fazer da sua vida. Peça isso ao Senhor; Ele lhe fará entender o caminho. Como fez o jovem Samuel, que ouviu dentro de si a voz insistente do Senhor que o chamava, e não entendia, não sabia o que dizer, mas, com a ajuda do sacerdote Eli, no final respondeu àquela voz: “Senhor, fala, eu escuto”. Peçam vocês também a Jesus: Senhor, o que quereis que eu faça? Que caminho devo seguir? 
Caros amigos, novamente lhes agradeço por tudo o fizeram nestes dias. Não se esqueçam de nada do que vocês viveram aqui! Podem contar sempre com minhas orações, e sei que posso contar com as orações de vocês."
FONTE: (http://g1.globo.com/)

JMJ Cracóvia 2016

Alegria, gratidão, euforia, emoção, festa! Faltam palavras para descrever o sentimento dos poloneses quando o Papa Francisco anunciou oficialmente, na manhã deste domingo, 28, ao final da missa de encerramento da Jornada Mundial da Juventude, que a próxima Jornada será em Cracóvia, Polônia, em 2016.

 Fiéis poloneses presentes no evento festejaram a escolha da cidade como sede. Cracóvia fica próxima a Wadowice, terra natal do Papa João Paulo II, criador da JMJ.

Mesmo com alguns rumores de que a próxima jornada seria na Polônia, os poloneses viviam a expectativa do anúncio oficial para poder celebrar. Foi o que aconteceu na praia de Copacabana. Os olhos brilhavam, os sorrisos tomavam conta de cada rosto, o coração batia forte e para onde se olhava via-se bandeiras polonesas em movimento, mesmo após terem passado a noite dormindo na orla de Copacabana.
FONTE: (http://www.rio2013.com/)

Nossa Senhora da Conceição Aparecida

BIOGRAFIA

No ano 1717, três pescadores, ao lançarem a sua rede para pescar nas águas do rio Paraíba, encontraram a imagem de Nossa Senhora da Conceição. Devido aos muitos milagres realizados e aumento da devoção foi proclamada padroeira do Brasil em 1930 e anos depois foi erguida, em sua homenagem, uma grande basílica que acolhe milhões de peregrinos todos os anos. A JMJ a invoca como Protetora da Igreja e das famílias!
FONTE: (http://www.rio2013.com/)

Missa de Envio e Ângelus

Confira a íntegra da homilia de Francisco:
Venerados e amados Irmãos no episcopado e no sacerdócio, 
Queridos jovens! 
"Ide e fazei discípulos entre todas as nações". Com estas palavras, Jesus se dirige a cada um de vocês, dizendo: «Foi bom participar nesta Jornada Mundial da Juventude, vivenciar a fé junto com jovens vindos dos quatro cantos da terra, mas agora você deve ir e transmitir esta experiência aos demais». Jesus lhe chama a ser um discípulo em missão! Hoje, à luz da Palavra de Deus que acabamos de ouvir, o que nos diz o Senhor? Três palavras: Ide, sem medo, para servir. 
1. Ide. Durante estes dias, aqui no Rio, vocês puderam fazer a bela experiência de encontrar Jesus e de encontrá-lo juntos, sentindo a alegria da fé. Mas a experiência deste encontro não pode ficar trancafiada na vida de vocês ou no pequeno grupo da paróquia, do movimento, da comunidade de vocês. Seria como cortar o oxigênio a uma chama que arde. A fé é uma chama que se faz tanto mais viva quanto mais é partilhada, transmitida, para que todos possam conhecer, amar e professar que Jesus Cristo é o Senhor da vida e da história (cf. Rm 10,9).Mas, atenção! Jesus não disse: se vocês quiserem, se tiverem tempo, mas: «Ide e fazei discípulos entre todas as nações». Partilhar a experiência da fé, testemunhar a fé, anunciar o Evangelho é o mandato que o Senhor confia a toda a Igreja, também a você. É uma ordem sim; mas não nasce da vontade de domínio ou de poder, nasce da força do amor, do fato que Jesus foi quem veio primeiro para junto de nós e nos deu não somente um pouco de Si, mas se deu por inteiro, deu a sua vida para nos salvar e mostrar o amor e a misericórdia de Deus. Jesus não nos trata como escravos, mas como homens livres, amigos, como irmãos; e não somente nos envia, mas nos acompanha, está sempre junto de nós nesta missão de amor. 
Para onde Jesus nos manda? Não há fronteiras, não há limites: envia-nos para todas as pessoas. O Evangelho é para todos, e não apenas para alguns. Não é apenas para aqueles que parecem a nós mais próximos, mais abertos, mais acolhedores. É para todas as pessoas. Não tenham medo de ir e levar Cristo para todos os ambientes, até as periferias existenciais, incluindo quem parece mais distante, mais indiferente. O Senhor procura a todos, quer que todos sintam o calor da sua misericórdia e do seu amor. 
De forma especial, queria que este mandato de Cristo -“Ide” - ressoasse em vocês, jovens da Igreja na América Latina, comprometidos com a Missão Continental promovida pelos Bispos. O Brasil, a América Latina, o mundo precisa de Cristo! Paulo exclama: «Ai de mim se eu não pregar o evangelho!» (1Co 9,16). Este Continente recebeu o anúncio do Evangelho, que marcou o seu caminho e produziu muito fruto. Agora este anúncio é confiado também a vocês, para que ressoe com uma força renovada. A Igreja precisa de vocês, do entusiasmo, da criatividade e da alegria que lhes caracterizam! Um grande apóstolo do Brasil, o Bem-aventurado José de Anchieta, partiu em missão quando tinha apenas dezenove anos! Sabem qual é o melhor instrumento para evangelizar os jovens? Outro jovem! Este é o caminho a ser percorrido! 
2. Sem medo. Alguém poderia pensar: «Eu não tenho nenhuma preparação especial, como é que posso ir e anunciar o Evangelho»? Querido amigo, esse seu temor não é muito diferente do sentimento que teve Jeremias, um jovem como vocês, quando foi chamado por Deus para ser profeta. Acabamos de escutar as suas palavras: «Ah! Senhor Deus, eu não sei falar, sou muito novo». Deus responde a vocês com as mesmas palavras dirigidas a Jeremias: «Não tenhas medo... pois estou contigo para defender-te» (Jr 1,8). Deus está conosco! 
«Não tenham medo!» Quando vamos anunciar Cristo, Ele mesmo vai à nossa frente e nos guia. Ao enviar os seus discípulos em missão, Jesus prometeu: «Eu estou com vocês todos os dias» (Mt 28,20). E isto é verdade também para nós! 
Jesus não nos deixa sozinhos, nunca lhes deixa sozinhos! Sempre acompanha a vocês!Além disso, Jesus não disse: «Vai», mas «Ide»: somos enviados em grupo. Queridos jovens, sintam a companhia de toda a Igreja e também a comunhão dos Santos nesta missão.Quando enfrentamos juntos os desafios, então somos fortes, descobrimos recursos que não sabíamos que tínhamos. Jesus não chamou os Apóstolos para viver isolados, chamou-lhes para que formassem um grupo, uma comunidade. Queria dar uma palavra também a vocês, queridos sacerdotes, que concelebram comigo esta Eucaristia: vocês vieram acompanhando os seus jovens, e é uma coisa bela partilhar esta experiência de fé! Mas esta é uma etapa do caminho. Continuem acompanhando os jovens com generosidade e alegria, ajudem-lhes a se comprometer ativamente na Igreja; que eles nunca se sintam sozinhos! 
3. A última palavra: para servir. No início do salmo proclamado, escutamos estas palavras: «Cantai ao Senhor Deus um canto novo» (Sl 95, 1). Qual é este canto novo? Não são palavras, nem uma melodia, mas é o canto da nossa vida, é deixar que a nossa vida se identifique com a vida de Jesus, é ter os seus sentimentos, os seus pensamentos, as suas ações. E a vida de Jesus é uma vida para os demais. É uma vida de serviço. São Paulo, na leitura que ouvimos há pouco, dizia: «Eu me tornei escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível» (1 Cor 9, 19). Para anunciar Jesus, Paulo fez-se «escravo de todos». Evangelizar significa testemunhar pessoalmente o amor de Deus, significa superar os nossos egoísmos, significa servir, inclinando-nos para lavar os pés dos nossos irmãos, tal como fez Jesus. 
Ide, sem medo, para servir. Seguindo estas três palavras, vocês experimentarão que quem evangeliza é evangelizado, quem transmite a alegria da fé, recebe alegria. Queridos jovens, regressando às suas casas, não tenham medo de ser generosos com Cristo, de testemunhar o seu Evangelho. Na primeira leitura, quando Deus envia o profeta Jeremias, lhe dá o poder de «extirpar e destruir, devastar e derrubar, construir e plantar» (Jr 1,10). E assim é também para vocês. Levar o Evangelho é levar a força de Deus, para extirpar e destruir o mal e a violência; para devastar e derrubar as barreiras do egoísmo, da intolerância e do ódio; para construir um mundo novo. Jesus Cristo conta com vocês! A Igreja conta com vocês! 
O Papa conta com vocês! Que Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe, lhes acompanhe sempre com a sua ternura: «Ide e fazei discípulos entre todas as nações». Amém.
FONTE: (http://g1.globo.com/)