"Deus salvou o mundo através da loucura da pregação." Consciente desta frase do apóstolo Paulo, os iniciadores do Caminho Neocatecumenal, Kiko Argüello e Carmen Hernández, ao pedido de alguma iniciativa específica pelo Ano da Fé, pensaram que só uma coisa era necessária: levar o Evangelho ao homem de hoje. Nos cinco domingos da Páscoa, as comunidades de todo o mundo manterão contemporaneamente encontros temáticos nas praças das cidades próximas as paróquias à que pertencem.
Em Roma serão cem praças "invadidas" pacificamente
pelos membros deste itinerário de iniciação cristã. As condições são as normais
que o Caminho utiliza, há anos, em suas missões à céu aberto, um palco, um
ícone, uma estante, uma cruz e grandes grupos de jovens com violões, pandeiros
e tambores, e, especialmente, o espírito para testemunhar aos que passam as
maravilhas que o Senhor tem feito em suas vidas. O programa foi estabelecido
pelos iniciadores do Caminho e do Cardeal Vigário de Roma Agostino Vallini, que
no sábado 06 de abril, realizou na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, uma
liturgia em que enviou, com sua bênção, a todos comunidades de Roma para a
Grande Missão.
Por esta razão, o site Zenit entrevistou o fundador do
Caminho Neocatecumenal, Kiko Argüello:

Kiko Argüello: Diz São Paulo que "Deus quis salvar o
mundo através da loucura da pregação." Esta carta é escrita em grego e em
lugar da palavra "pregação" São Paulo usa kerygma, o que significa
Boa Nova / Boa Notícia. Podemos dizer, portanto, que, fundamentalmente, o
cristianismo, antes de ser uma filosofia, uma moral ou uma doutrina é uma
"notícia" de que deve ser proclamado e que salva aqueles que a aceita.
É a notícia de que Deus enviou o seu único Filho para que desse a vida por cada
homem. E se o homem aceita essa vida que é oferecida recebe a salvação, a
vitória sobre a morte, porque Cristo se ofereceu a si mesmo por cada um de nós para
que cada um de nossos pecados possam ser perdoados e possamos receber o
Espírito Santo que nos faz novas criaturas.

Kiko Argüello: No Caminho é fundamental proclamar esta "notícia". O problema
hoje é entender que hoje existem muitas pessoas que têm o ouvido fechado para
qualquer tipo de informação, sobretudo religiosa, por causa de preconceitos,
conflitos pessoais ou experiências passadas. Por isso, antes de anunciar o
kerygma é necessário predispor as pessoas a ouvir, como disse Jesus. Mas como
isso é possível? Como lemos nos Atos dos Apóstolos, antes do anúncio do
kerygma, Deus realiza um milagre, realizava um evento extraordinário que põe o
homem em condição de abrir o ouvido. Mas esses milagres cessam quando aparece
outro milagre ainda maior: a Igreja como comunidade dos que amam.
Qual é o propósito destas grandes missões?
Kiko Argüello: Sair às praças significa para nós dar um
grande testemunho de tantos jovens com a própria experiência de atrair as
pessoas que passam, talvez por curiosidade, atraídos principalmente pelos cantos,
para ouvir a Boa Nova de Cristo ressuscitado. Isto é o que pretende o Caminho
Neocatecumenal e que, entre outras coisas, fazemos há anos com as “missio ad
gentes”. Graças a este tipo de missões que temos visto muitas conversões,
especialmente de pessoas ateias ou completamente distantes da Igreja,
emocionadas e atraídas pelos cantos, o calor entre irmãos, as experiências e a
escuta do kerygma, que toca profundamente o espírito do homem, a partir do
momento que São Paulo diz: "é o espírito de Cristo que dá testemunho ao
nosso espírito".
Por que precisamente nas praças?
Kiko Argüello: Não esqueçamos de que estamos em um momento
histórico de transição. Em todas as épocas, os homens têm tentado encontrar no
"sagrado" um refúgio, algo para defendê-los de desastres naturais,
doenças e muito mais. Hoje, no entanto, o homem não tem necessidade de
religião, porque tem a tecnologia a seu lado, as descobertas científicas, etc.
Assim como a Igreja tem usado a religião, uma "catequese de tempo", hoje devemos buscar novos métodos que possam alcançar o homem contemporâneo.
Alguns dizem que hoje se devem abandonar os "templos", as instituições,
igrejas, etc, e chegas às praças. Precisamente por isso, cremos que pode ser um
acontecimento mostrar justo nesses lugares uma nova forma de diálogo com as pessoas, sobretudo
através das palavras dos jovens.
Kiko Argüello: Depois que Bento XVI anunciou o Ano da Fé, no
Caminho Neocatecumenal pensamos uma proposta para este momento tão especial
para a Igreja, poderia ser o anúncio do Evangelho nas ruas. Quando, mais tarde,
foi eleito o novo papa nos surpreendemos ao ouvir em suas homilias, nas audiências,
este convite constante para "sair" de si mesmos, das paróquias, das casas,
para percorrer as ruas e as periferias para evangelizar. Assim, tem havido uma
confirmação. Na verdade, quando propusemos a ideia ao Santo Padre de
evangelizar nas praças, disse que era uma missão "estupenda" e nos animou
muito.
Qual é a relação do Papa Francisco com o Caminho Neocatecumenal?
Kiko Argüello: Ele sempre foi um pai e um bom pastor para nós.
A equipe itinerante responsável do Caminho
na Argentina disse que, quando tivemos problemas em algumas paróquias, ele mesmo
interveio falando com o pároco ou inclusive convidando-nos a mudar de paróquia.
A iniciativa das cem praças recorda um pouco às várias
missões que os neocatecumenais realizam nas peregrinações feitas na Jornada
Mundial da Juventude. O que está preparando o Caminho para a Jornada Mundial da
Juventude no Rio de Janeiro?
Kiko Argüello: Após o encontro com o Santo Padre confirmamos
o encontro com todos os jovens do mundo. Também no encontro do Rio, como na Praça
de Cibeles, em Madrid, haverá um chamado vocacional, desta vez dirigida
principalmente para a evangelização na Ásia. Convidaremos os meninos e as meninas
a serem generosos com o Senhor, que está chamando para ajuda-los, para levar a
Boa Notícia a todos os cantos da terra.
FONTE: (http://www.zenit.org/)
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