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sábado, 27 de abril de 2013

Buenos Aires 1987: a primeira JMJ latino-americana

Com a eleição do Papa Francisco, os olhos do mundo se voltaram mais uma vez para a fé católica e para as manifestações da espiritualidade e ação pastoral da Igreja na América Latina, em especial na Argentina, terra natal do Sumo Pontífice.

Papa... Argentina... Fé... Jornada Mundial da Juventude... Todas as essas palavras nos remetem imediatamente a um dos episódios mais bonitos da Igreja Católica neste continente: a JMJ em Buenos Aires, em 1987.

O lema da terceira Jornada falava do amor de Deus, “Conhecemos o amor que Deus nos tem e nele temos fé”. Cerca de um milhão de pessoas se reuniram nos dias 11 e 12 de abril, para encontrar-se com jovens católicos do mundo inteiro e com o Papa João Paulo II. Foi a primeira vez que um Santo Padre não passou um dos eventos da Semana Santa em Roma.

A edição de 1987 foi especial. Como foi o primeiro encontro internacional e ainda buscava-se um modelo de programação e de como funcionariam as jornadas, a agenda de atividades foi apenas de dois dias, mas já se desenhava o que seria alguns dos Atos Centrais que temos hoje.

As atividades começaram com a missa de abertura na Basílica de Nossa Senhora de Luján. Os pontos altos foram a celebração da primeira Missa de Ramos fora de Roma, no domingo, e um ato com o Papa no sábado à noite. Em ambas as oportunidades, João Paulo II dirigiu uma mensagem especial aos jovens argentinos, latino-americanos e do mundo.

Nos dias que antecederam a JMJ de Buenos Aires, o Papa João Paulo II esteve em viagem apostólica pelo Uruguai, Chile e Argentina, de 31 de março a 12 de abril.

EMBAIXO DE CHUVA E FRIO

O sábado foi frio e em alguns momentos chuvoso, o que atrapalhou, porém não impediu, a ocupação da avenida Nove de Julho, entre Corrientes e Santa Fe, por centenas de jovens – de idade e espírito. Lá, numerosos eram os grupos que escutaram os distintos conjuntos folclóricos e religiosos que alegraram a tarde com seus cantos e danças, até que, em torno de 20h30, chegou o veículo levando o Santo Padre. Uma ovação prolongada se deu na noite fria e o evento, organizado pelos mesmos jovens, teve seu início com a explosão de fogos de artifício e a entrada da Cruz do Ano Santo, entregue pelo Papa aos jovens do mundo (a mesma que peregrinou em todas as outras edições internacionais e que visita as dioceses brasileiras desde 2011).

O cardeal Eduardo Pironio, organizador da Jornada Mundial da Juventude, deu as boas vindas ao Santo Padre, desejando: “seja esta uma verdadeira festa de amor”, “um compromisso para construir a nova sociedade no terceiro milênio”. O cardeal argentino foi, junto com o Papa João Paulo II, um dos idealizadores das Jornadas, desde que o pontífice o nomeou presidente do Conselho Pontifício para os Leigos (órgão responsável geral pelo evento) em 8 de abril de 1984.

O Ato Central foi dividido em três blocos, um argentino, outro latino-americano e outro mundial, para cada qual João Paulo II dirigiu uma mensagem distinta. A primeira foi dirigida aos jovens argentinos, acentuando valores e realidades vividas por eles como a dor, a guerra, a injustiça, o amor, etc.

O segundo bloco, o latino-americano, foi um auto sacramental no qual, através de marionetes, representou-se um diálogo entre o índio Juan Diego e a Virgem de Guadalupe, junto a outros santos e evangelizadores latino-americanos. O diálogo refletiu a realidade dos jovens deste continente, chamado pelo Papa de “continente da esperança”.

Ricos testemunhos de jovens representantes da Ásia, África, Europa, Oceania e Américas foram realizados durante o terceiro bloco, após o qual houve diversas surpresas como a saudação fraterna de um jovem chileno e outro argentino (países que quase entraram em guerra em 1978 e contou com alguma mediação de João Paulo II para a paz), a entrada de uma luz acesa na tumba de São Pedro e o profundo clima espiritual vivido após a saída do Santo Padre. Muitos se mantiveram em vigília, apesar do frio intenso, esperando e rezando até a Missa do Domingo de Ramos.

SOL BRILHANTE E RAMOS DE OLIVEIRA

“Deixe-se abraçar pelo mistério pascal!”, pediu o Santo Padre aos presentes – mais de 1,5 milhão de fiéis - na Missa de Ramos, celebrada em um lindo dia de sol que premiou a espera de tantos jovens no frio e chuva do dia anterior. Bandeiras papais, argentinas e estrangeiras, junto a milhões de ramos de oliveira levantados receberam o Vigário de Cristo e dele se despediram com um “até logo”.

FONTE: (http://www.rio2013.com/)

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