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segunda-feira, 9 de julho de 2012

O Sofrimento dos Inocentes

Caríssimos irmãos: como pretender compor música? Seria uma presunção minha? Ou vaidade minha? Seja como for: “Nunca deixes de fazer o bem por medo à vaidade, porque isso vem do demônio”, disse-me uma vez um sacerdote ancião. Fazer o bem… é um bem tentar compor música? Apresento-vos uma pequena composição musical, que desejaria fosse celebrativa e diria também catequética, sobre o sofrimento dos inocentes, sobre o sofrimento da Virgem. Talvez a música consiga dizer-nos algo mais profundo sobre um tema tão importante…?

O sofrimento dos inocentes… Disse o filósofo Sartre: “Ai daquele que o dedo de Deus esmaga contra o muro”. E Nietzsche:“Se Deus existe e não ajuda aqueles que sofrem, é um monstro; e se não pode ajudar -lhes, não é Deus, não existe”. Ser esmagados contra a parede. Homens jogados pelas ruas, mortos de frio. Crianças abandonadas e recolhidas em orfanatos de horror, onde são violentadas e abusadas. Aquela mulher com mal de Parkinson, abandonada pelo marido, que conheci naquele bairro, que era golpeada pelo filho, doente mental, com um pau, e que pedia esmola... Fiquei pasmado diante de Jesus, morto na cruz, presente lá, nela e em outros tantos… Que mistério o sofrimento de tantos inocentes que carregam sobre si os pecados dos demais... o incesto, uma violência inaudita: aquela fila de mulheres e crianças nuas encaminhando-se à câmera de gás, e aquela dor profunda de um dos guardas que, dentro do seu coração, sentia uma voz: “entra na fila e vai com eles à morte”; e não sabia de onde lhe vinha… Dizem que depois do horror de Auschwitz não se pode mais acreditar em Deus. Não! Não é verdade! Deus se fez homem para tomar sobre si o sofrimento de todos os inocentes. Ele é o totalmente inocente, o cordeiro conduzido ao matadouro sem abrir a boca, aquele que carrega sobre si os pecados de todos.

Nesta pequena obra, apresenta-se a Virgem Maria submetida ao escândalo do sofrimento dos inocentes na sua própria carne, na carne do seu Filho. “Ai, que dor! Canta uma voz, enquanto uma espada atravessa a sua alma.

Quereríamos celebrar juntos, com estes esboços musicais, quanto um anjo susteve a Virgem, como aconteceu com Jesus no Horto das Oliveiras, quando um anjo o ajudou a beber o cálice preparado para os pecadores. Quereríamos contemplar e sustentar a Virgem, que aceita essa espada que, segundo o profeta Ezequiel, Deus preparou para os pecados do seu povo, e que agora atravessa a alma desta pobre mulher! Maria, Maria, Mãe de Deus! Santa Theotokos. Coragem! Tu és a Mãe de Deus, que se faz pecado por nós e se oferece pela salvação de todos. Mãe de Deus e nossa Mãe. Cantemos todos.


FONTE: (http://www.camminoneocatecumenale.it/)

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